Memórias e curiosidades, 100 anos depois

Monthly Archives: Março 2015

O Fado das Trincheiras

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O fado aparece inicialmente num filme realizado em 1940 por Jorge Brum do Canto. A partir de uma opereta de sucesso dos anos 20 do século passado(1), o filme retrata a história amorosa dum soldado português, João Ratão, que regressa da frente de batalha na Flandres. No filme, é pela voz do actor Óscar de Lemos na pele do protagonista João Ratão que ouvimos o fado.

Pode ver o filme aqui!

 

 

 

Já nos anos 60 do século XX o fado seria gravado e popularizado por Fernando Farinha, o famoso “Miúdo da Bica”. O Fado das Tricheiras com letra de Félix Bernardes  e João Bastos e música de António Melo, retrata pela voz inconfundível de Fernando Farinha, a dura realidade das trincheiras, é um hino interessante ao sacríficio daqueles que participaram na Grande Guerra.

Letra:folder

O soldado na trincheira, não passa duma toupeira
Vive debaixo do chão.
Só pode ter a alegria de espreitar a luz do dia
Pela boca de um canhão.
Mas quando chegar a hora dele arrancar por aí fora
Ao som da marcha de guerra,
Seus olhos são duas brasas e as toupeiras ganham asas
Como as águias lá da serra.

Refrão :
Rastejando como sapos, com as fardas em farrapos
Pela terra de ninguém
Mas cá dentro o pensamento, corre mais alto que o vento
Quando pela nossa mãe.
E se eu morrer na batalha, só quero ter por mortalha
A bandeira nacional.
E na campa de soldado, só quero um nome gravado
O nome de Portugal.

Soldados da nossa terra, são voluntário da guerra
Que vêm bater-se por brio.
Raça de povo e de glória, que escreveu a nossa história
Nos mundos que descobriu.
Por isso a Pátria distante, brilha em nós a cada instante
Como a luz de uma candeia,
Que arde de noite e de dia no altar da Virgem Maria
Na igreja da nossa aldeia.

Poderá ver e ouvir uma versão deste fado aqui!

 

(1). http://bogiecinema.blogspot.pt/2009/11/resenha-critica-joao-ratao.html

Francisco Pereira

Marneca, o apelido mais comum

Manuel de Oliveira Marneca

Manuel de Oliveira Marneca

Marneca, apesar de soar um pouco estranho, é o mais comum dos apelidos dos militares de Almeirim mobilizados para o conflito. Embora na listagem nominal do Arquivo Histórico Militar apareçam incongruências na grafia, pensamos que, objeto de errada transcrição, é bem provável que tenham pertencido à mesma família todos os “Marnecas” que dela fazem parte (Agostinho, Francisco, Jaime e Manuel de Oliveira Marneca).

A Grande Guerra em Banda Desenhada

Em Julho de 2Guerrra Baptista Mendes álbum capa014 foi editado o álbum Portugueses na Grande Guerra, da autoria de Baptista Mendes, cujo conteúdo é constituído, quase na totalidade, por episódios publicados inicialmente no Jornal do Exército nos anos 1960 (68 e 69), 1970 (70, 71, 72, 73, 74 e 77) com dois inéditos realizados em 2014 de propósito para o álbum (“O Soldado Milhões” e “José Maria Hermano Baptista”).

 

 

 

 

 

4No dia 19 de Março do corente ano, com o Jornal o Público saiu o albúm “Foi assim a Guerra das Trincheiras”, integrado na série de novelas gráficas, que aquele jornal distribiu. Numa obra até agora inédita em Portugal, o autor Jacques Tardi, pretendeu homenagear o seu avô que combateu nesse conflito.

 

 

 

 

Francisco Pereira

Bem ataviado este nosso Joaquim

Joaquim Barrão

Joaquim Barrão

Joaquim Barrão, soldado do C.E.P., arregimentado ao Corpo de Artilharia Pesada nº1, numa típica fotografia [sépia] com decor trompeloeil. Não pertencendo este nosso conterrâneo ao oficialato, a quem o regulamento e uniformização das tropas permitia o uso de bengalão (espécie de robusta bengala encastrada a metal na ponta) que em campanha substituía a espada, podemos intuir –
porque nos aparece com uma ligadura no indicador da mão esquerda e firmando-se numa só perna – que o apoio de madeira com que se deixou fotografar pode ser consequência de alguma incapacidade temporária.
Regressou saudável à vida civil, teve uma vida plena e morreu velho, contrariando a lógica do devastador conflito.

(…) A Alemanha declarou guerra a Portugal ou só especialmente aos batalhões do C.E.P. ? (David Magno, major)

(foto gentilmente cedida pela neta, D. Lurdes Veríssimo, a quem agradecemos através do seu filho António)

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